quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CRIANÇAS, ADOLESCENTES E ATIVIDADE FÍSICA: ASPECTOS MATURACIONAIS E FUNCIONAIS


Hugo TOURINHO FILHO
Lilian Simone Pereira Ribeiro TOURINHO
RESUMO
O presente artigo teve como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica sobre os aspectos maturacionais e funcionais da criança e do adolescente e sua relação com a prática da atividade física. Nesse sentido, busca-se distinguir, em um primeiro plano, crescimento, desenvolvimento e maturação e a importância da diferenciação entre idade biológica e idade cronológica no momento de se planejar um programa de atividade física para uma população jovem. Em seqüência, abordam-se os assuntos adolescência, puberdade e maturação na discussão dos aspectos relacionados ao rendimento anaeróbio, à aptidão aeróbia e ao limiar anaeróbio nessa faixa etária. Tendo em vista o crescimento do número de crianças e jovens  engajados em atividades físicas, torna-se importante o desenvolvimento de estudos para avaliar as respostas fisiológicas que ocorrem nessa faixa etária, levando-se em consideração, sobretudo, a influência da maturação sobre tais respostas. Dentre as muitas razões que estimulam as pesquisas nesta área estão aquelas vinculadas à preocupação de prevenção primária e à promoção da saúde das crianças e dos adolescentes.
UNITERMOS: Crianças; Adolescentes; Maturação; Potência anaeróbia; Aptidão aeróbia; Limiar anaeróbio.

COMENTÁRIO
No artigo anterior, vimos os aspectos da obesidade infantil, como é formada, qual os cuidados que devemos ter nessa fase da vida, mas agora, vamos discutir um pouco sobre os aspectos do crescimento, desenvolvimento e maturação da criança e como a atividade física pode (ou não ) influenciar nessa evolução.
Primeiramente precisamos definir e diferenciar alguns conceitos importantes para nossa compreensão: crescimento, desenvolvimento e maturação. Para Araújo (1985), crescimento caracteriza-se pelas mudanças normais do organismo, com o aumento do número de células e substâncias, sendo medido por unidade de tempo e volume. Refere-se ao crescimento em estatura e peso e dimensões corporais. Para o mesmo autor, desenvolvimento caracteriza-se por mudanças graduais, passando do mais simples para o mais complexo dos aspectos físico, mental e emocional que todo ser humano passa desde a concepção até a morte. Já maturação, para Gallahue (1989), “refere-se as mudanças qualitativas que capacitam o organismo a progredir para níveis mais altos de funcionamento, (...) é fundamentalmente inata (genética) que o indivíduo atinge durante a vida e é resistente ao meio ambiente”.
Mas por que esses conceitos são importantes? De uma forma prática, eles podem explicar o porquê que duas crianças da mesma faixa etária, desenvolvem-se aspectos maturacionais diferentes, como pelos pubianos, nas axilas, engrossamento da voz, ou apresentam desempenho desportivo notadamente distinto ou capacidade mental desigual. Tudo isso é explicado pelo grau de crescimento e desenvolvimento apresentado por cada individuo, a chamada individualidade biológica, e as experiências vivenciadas com o meio ambiente de cada um. Então decorrente disso dois conceitos são muito importantes para essa compreensão, idade cronológica e idade biológica. A idade cronológica é aquela que comemoramos a cada ano de vida, sendo a diferença da data atual para a data de nascimento. Esse tipo de classificação é importante em pesquisas científicas, pois se necessita determinar grupos etários homogêneos, senso e toda e qualquer pesquisa estatística, mas para classificação de aprendizado ou fisiológico/biológico de performance, esse conceito não tem poder para descriminar ou discernir com maior clareza e certeza. Esse conceito é classificado, segundo Gallahue, como vida pré-natal (da concepção a oito semanas de vida), primeira infância (de 1 mês a vinte quatro meses), segunda infância ( 24 meses a 10 anos), adolescência (10-11 a 20 anos), adulto jovem (20 a 40 anos), adulto de meia-idade (40 a 60 anos) e adulto mais velho ( acima de 60 anos). A idade biológica é determinada pelo grau de maturação dos seus órgãos, sendo determinado pelos fatores vistos anteriormente.
Diante de tudo isso, é possível detectar e analisar a evolução da capacidade anaeróbica e aeróbica ao longo do crescimento cronológico e desenvolvimento biológico. Estudos realizados com crianças mostraram que a capacidade anaeróbica (produção de energia sem o oxigênio) cresce ao longo da maturação por vários fatores ainda não especificado, independentemente do sexo. Porém a capacidade aeróbica máxima (a quantidade de oxigênio máximo transportado e absorvido pelo organismo dentro de uma unidade de tempo) varia com a idade e sexo. Até os 12 anos ocorre o crescimento em semelhante proporção (embora desde os 5 anos os meninos apresentem maior capacidade nesse aspecto) entre meninos e meninas, mas, a partir dos 14 anos as meninas estagnam e os meninos continuam a se desenvolver até os 18 anos. Mas outros estudos mostraram que homens entre 8 e 18 anos possuem uma capacidade aeróbica independente da idade e peso corporal, já as mulheres apresentam na fase pre-púbere uma maior capacidade aeróbia e comparação com as púberes.
Na realidade, é necessária uma maior análise clínica para discernir qual é o estágio maturacional em que a criança se encontra para melhor inserí-lo numa sala de aula ou numa equipe esportiva, evitando um desconforto de estar em um grupo aquém ou alem de suas capacidades.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, C.G.S. Fundamentos biológicos: medicinadesportiva. Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico, 1985.
GALLAHUE, D.L. Understanding motor development: infants, children, adolescents. Indiana, Benchmark, 1989.

PARA LER O ARTIGO INTEIRO http://www.edulife.com.br

Postado por: Léo Lima

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