terça-feira, 18 de outubro de 2011

SINDROME FEMOROPATELAR ou “DOR NA FRENTE DO JOELHO”



A síndrome femoropatelar, também conhecida como dor anterior de joelho começou a ser descrita com maior ênfase literária a partir da década de 60, tendo como manifestações clínicas mais comuns a dor e instabilidade da articulação patelo-femoral.
A etiologia da instabilidade da articulação femoropatelar ainda não é totalmente conhecida, mas fatores como: desequilíbrio da musculatura de vasto lateral e vasto medial, desalinhamento patelar, condromalácia patelar, tendinite patelar, sobrecarga por tracionamento excessivo e tendão patelar, subluxação ou luxação patelar, patela alta, ângulo Q aumentado, entorse de tornozelo por inversão contribuem nessa instabilidade (GREVE & AMATUZZI, 1999; ANDREWS, 2000; GOMES et al., 1996, ROSA FILHO et al., 2002).
Os sintomas mais freqüentes são dor anterior no joelho, edema, bloqueio e crepitação articular femoropatelar. Ocorre geralmente nos dois lados com períodos de exarcebação como ao permanecer muito tempo sentado com o joelho fletido (dobrado, principalmente embaixo da cadeira), levantar-se da posição sentada, subir e descer degraus ou superfícies inclinadas, corrida, treinamento com peso (agachamento) e ajoelhar.
O diagnóstico da instabilidade patelo-femoral se deve à realização de testes principalmente com intuito de afastar outras possíveis lesões. A confirmação dos resultados obtidos, pode ser confirmado por exames complementares como raio-X em AP e perfil, ressonância magnética nuclear (GANN, 2005; GOULD III, 1993).
O tratamento preconizado é o conservador, visando alongar as musculaturas que estão encurtadas e fortalecer os músculos que estão alongados e hipotrofiados (diminuição da força).
Tais fortalecimentos podem ser em cadeia fechada (CCF) e cadeia aberta (CCA), Stiene et al. concluíram que, após oito semanas de tratamento, exercícios em CCF foram mais eficazes do que exercícios em CCA na recuperação funcional de sujeitos com disfunção femoropatelar
         As atividades de fortalecimento em cadeia aberta são mais seguras de 90° a 50° porque acima desse valor o contato femoropatelar é muito excessivo (GREVE E AMATUZZI, 1999; ROSA FILHO, 2002).
No entanto, antes da prescrição de atividades para fortalecimento é necessário compreender os princípios biomecânicos da articulação femoropatelar para programação de exercícios que combinem efetividade e segurança.


BIBLIOGRAFIA
Cabral CM, Monteiro-Pedro V. Recuperação funcional de indivíduos com disfunção femoropatelar por meio de exercícios em cadeia cinética fechada: revisão da literatura. Rev Bras Fisioter 2003;7:1-8.
Nissen CW, Cullen MC, Hewett TE, Noyes FR. Physical and arthroscopic examination techniques of the patellofemoral joint. J Orthop Sports Phys Ther 1998; 28:277-85.
Hung Y, Gross MT. Effect of foot position on electromyographic activity of the vastus medialis oblique and vastus lateralis during lower-extremity weight-bearing activities. J Orthop Sports Phys Ther 1999;29:93-102.
ANDREWS, J. R.; HARRELSON, G. L.; WILK, K. E. Reabilitação Física das Lesões Desportivas. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000, cap. 10, p. 191.
CABRAL, C. M. N.; MELIM, A. M. O.; SACCO, I. C. N.; MARQUES, A. P. Fisioterapia em Pacientes com Síndrome Fêmoro-Patelar: Comparação de Exercícios em Cadeia Cinética Aberta e Fechada. Revista ACTA Ortopedia Brasileira, vol. 16, n° 3, p. 180, 2008.
GREVE, J. M. D.; AMATUZZI, M. M. Medicina de Reabilitação Aplicada à Ortopedia e Traumatologia. 1ª Ed. Roca: São Paulo, 1999, cap. 9, p. 235.
ROSA FILHO, B. J. et al. Instabilidade Femoro-Patelar, 2002. Disponível em:
<http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/traumato/femoro_patelar.htm>. Acesso em: 06 nov. 2008.
Steinkamp LA, Dillingham MF, Markel MD, Hill JA, Kaufman KR. Biomechanical considerations in patellofemoral joint rehabilitation. Am J Sports Med 1993;21: 438-44.

Postado por: Renata Alencar

Nenhum comentário:

Postar um comentário