sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

DÊ UMA PROVA DE CARINHO AO SEU CORAÇÃO, MEXA-SE!

Quando praticamos exercícios físicos regularmente desencadeamos uma série de adaptações fisiológicas no organismo de forma gradual que variam conforme as características do treinamento. Dentre algumas dessas adaptações estão às cardiovasculares, dentre as quais se destaca a hipertrofia cardíaca, que ocorre frente a alterações hemodinâmicas que modificam as condições de sobrecarga cardíaca durante as sessões de treinamento. A hipertrofia cardíaca ocorre pela capacidade do músculo cardíaco de adaptar-se a sobrecargas hemodinâmicas, que levam às alterações na estrutura do miocárdio de duas formas: uma causada pela sobrecarga de volume, verificada com o treinamento físico aeróbico, como a corrida e a natação, chamada de hipertrofia excêntrica e outra causada pela sobrecarga de pressão, observada com o treinamento de força/isométrico como o levantamento de peso e o judô, que é conhecida como hipertrofia concêntrica.

Este tipo de hipertrofia cardíaca induzida pelo treinamento físico é fisiológica e desenvolvida de forma simétrica no coração, sendo que as mudanças na estrutura do músculo cardíaco são dependentes da natureza, duração e intensidade do exercício. Os diversos esportes podem ser classificados, fundamentalmente, em dois grandes grupos: esportes de endurance, também conhecidos como aeróbios e com características mais dinâmicas, e os esportes de força os quais chamamos de anaeróbios. Tecnicamente a Hipertrofia Cardíaca induzida pelo treinamento físico é simplesmente um aumento de massa muscular em resposta a sobrecarga de trabalho nas sessões de exercício.

A hipertrofia cardíaca excêntrica, observada no coração de atletas que realizam treinamento aeróbico, ocorre devido à sobrecarga de volume, ou seja, aumento da pré-carga devido ao aumento do retorno venoso durante as sessões de exercício, o que gera um elevado pico de tensão diastólica, induzindo ao crescimento dos miócitos. Neste, ocorre adição em série dos novos sarcômeros, e conseqüente aumento em seu comprimento pelo aumento no número das miofibrilas, para normalizar o estresse na parede do miocárdio levando a um aumento da cavidade do ventrículo esquerdo. A cavidade aumentada gera um elevado pico de tensão sistólica, que estimula o crescimento dos miócitos, pela adição de novos sarcômeros em paralelo, aumentando também a espessura da parede do ventrículo esquerdo de forma compensatória. Como conseqüência, a relação entre a parede ventricular e o raio do ventrículo esquerdo permanece inalterada.

A hipertrofia cardíaca concêntrica decorrente do treinamento de força é gerada pela sobrecarga pressórica que ocorre no ventrículo esquerdo, ou seja, pelo aumento da pós-carga, que é caracterizado pelo elevado pico de tensão sistólica. Como resposta a essa sobrecarga hemodinâmica ocorre aumento no diâmetro dos miócitos, pela adição de novos sarcômeros em paralelo, o que leva a um aumento na espessura da parede do ventrículo esquerdo. Tanto atletas como animais experimentais que realizam exercícios estáticos ou isométricos desenvolvem um aumento predominante da espessura da parede ventricular esquerda sem alteração no tamanho da cavidade do ventrículo esquerdo. Esta hipertrofia é caracterizada pelo aumento da razão entre a espessura da parede e do raio do ventrículo esquerdo.

Tenha cuidado com o seu mais precioso músculo e não coloque sua saúde em risco permanecendo no sedentarismo. Entrar num programa de atividade física regular de qualquer natureza é a maior prova de amor que você pode dar ao seu coração. Devido a complexidade do assunto e aos devidos cuidados na hora de prescrever sua rotina de exercícios, fique atento, exija sempre um profissional graduado e devidamente habilitado junto ao Conselho Regional de Educação Física – CREF da sua região para estar prescrevendo e acompanhando suas rotinas de treino.

Postado por: Gleidson Rebouças



Prof. Gleidson Mendes Rebouças

Especialista em Fisiologia do Exercício – Universidade Veiga de Almeida/RJ

Mestrando em Avaliação Física – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - Portugal

Coordenador da Clínica Integrada de Educação Física – Uni-RN


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